sábado, janeiro 28, 2006

Entrevista - Helsingin Sanomat - Sábado 24.Dezembro 2005

HELSINGIN SANOMAT - LAUANTAINA 24 . JOULUKUU 2005

Missões em Ritmo Latino
Os brasileiros Leandro e Martta da Silva trouxeram pro Exército de Salvacão um geito alegre.
Na festa de natal de Oulu tinha danca country.






















Leandro e Martta da Silva estiveram cuidando da panela de natal este ano por duas horas por dia. É bom que no natal os finlandeses querem ajudar.

Anna Stina Nykänen
Helsingin Sanomat (Folha de Helsinki)


Impressionante. Os brasileiros Leandro e Martta dirigentes do Exército de Salvacão de Oulu se empolgam que o natal é comemorado por um período tão longo, durante o período do Advento (4 semanas antes do natal).
Para eles não é demais. Pelo contrário. É muito bom. "Depois da sauna o melhor na Finlandia é que o natal dura um mês, não é apenas dois dias como no Brasil." Leandro da Silva entrevistado na casa que pertence ao Exército de Salvacão no centro de Oulu.
No Brasil o natal é comemorado no calor, até mesmo na piscina, e só uma música é conhecida por todos: Noite de paz, noite de amor. Aqui tem muitas músicas de natal.
"Na Finlandia o natal é uma parte preciosa da cultura. O espírito muda completamente. Parece que todos mergulham no natal", diz a Martta.
Mas o natal não está comercial demais?
"Ah, não", diz Leandro.
"O natal não é tão comercial como nos Estados Unidos ou Brasil", Martta continua. Eles devem estar gostando da Finlandia.

Os oficiais mudam de uniformes, para uniformes informais. No andar debaixo do exército fica a sala de reuniões, no andar de cima a casa dos oficiais. Na blusa da Martta tem uma pequena marca do Exército. Como estes brasileiros cheios de vida vieram parar no frio do Norte?
Martta, 30, é da terceira geracão de salvacionistas e acostumada a ir aonde a organizacão envia. Ela já viveu em 17 cidades. Não foi por acaso que eles vieram pra Finlândia há 5 anos atrás. Martta é de família finlandesa. Seu nome oficial é Martta Hämäläinen Franke da Silva. Seus avós partiram da Finlandia pro Brasil em missöes, quando a mãe da Martta tinha 5 anos.
Agora a direcão é outra. A mãe, e o pai brasileiro vieram pra Finlândia 6 anos atrás. Um ano depois vieram Leandro e Martta. Eles não estão órfãos aqui, pois também vieram pra Finlandia a irmã da Martta e a prima do Leandro. Para os brasileiros a família é importante.
Leandro, 32, é do sul do Brasil. Suas origens vem dos gauchos. É uma cultura-cowboy, explica o Leandro. "Eles comem carne todos os dias, assada no fogo", Martta acrescenta.
O Leandro não é um criador de gado. Sua mãe é psicóloga e trabalha com criancas de rua. O pai é Teólogo, pastor de uma igreja pentecostal
http://igrejadoguaju.blogspot.com/. O Leandro encontrou a mesma profissão e gosta dela.
No Brasil gostamos de festa. Nas igrejas carismáticas as reuniões são alegres. Tem muita música variada, e dancar é bem comum. Muita gente: criancas, adolescentes, adultos, e muitos voluntários pra fazer o tgrabalho. Daí que o Leandro partiu pra fazer missões. Ele queria vir num lugar com mais necessidade. Este lugar é a Finlândia.

No início tudo era festa. "O primeiro meio ano era tudo aventura", diz a Martta. A lingua não foi problema. Os da Silva se viraram bem em Porvoo também, apesar de que lá tinha que falar finlandes e suéco. Aos poucos veio à tona a realidade. Em uma cidade pequena, em Jyväskylä e Porvoo, tinha que se ir atrás das pessoas pra reuniões tradicionais. Apesar de novas idéias as pessoas não apareciam de imediato. "Os finlandeses sentam em silêncio e ouvem. Eles veem observar o desempenho, mas não querem se integrar no trabalho", diz a Martta. Lhes foi dito que os finlandeses querem música bem melancólica e tristes. "Mas vendendo o jornal do exército -brado de guerra, dentro do shopping Anttila, tocava música ritmada e alegre. Pensei, se o gerente quer agradar os clientes ele toca música latina! Por que no Exército de Salvacão não pode haver musica alegre", diz o Leandro.
Eles aprenderam a agregar os dois lados da cultura. Nas reuniões para jovens tem tocado hip hop.

Ajuda de natal é distribuída no prédio do Exército de Salvacao o dia inteiro. Os brasileiros tem distribuido a ajuda do exército para os pobres da Finlandia. Eles decidem quanto dar pra cada um. Foi uma surpresa pros da Silva que há necessicade de se recorrer a ajuda do Exército de Salvacao na Finländia. Aqui a vida é cara. Se ocorre uma doenca ou desemprego, rapidamente se entra em apuros", diz o Leandro.
A grande diferenca entre o Brasil e a Finlândia, é que aqui a família não fica unida. Tem muita gente solitária. "Na Finlândia, o sistema social está no lugar da família, se a ajuda não vem deste sistema social do governo, ninguém se importa. A vida é solitária", eles dizem.
Eles também se admiraram com o trabalho entre os alcólatras. No Brasil o alcolismo não é um problema tão grave. "Foi um choque ver os bêbados caminhando na rua com as garrafas de bebida na mão. No Brasil se pode gritar, rir e abracar, pra isso não precisa beber", diz a Martta. Apesar de eles não beberem, isso não é pecado pra eles. No Exército vem muitos ex-alcólatras, que com dificuldade se livraram do vício. Os da Silva querem mostrar que dá pra viver sem a bebida.
Batman e Barbie pelo chão, eles buscam as criancas da creche. Judith, 7 anos na primeira série e Kristoffer, 4. A casa dos oficiais da Silva é espacosa. Tem uma sala de ginástica. A Martta treina em casa com amigas. No verão joga volley. Leandro vai na academia de ginástica, caminha e anda de bicicleta. No inverno ele corre 5 kms na esteira diariamente. Pela tardinha eles seguidamente assistem filmes. "Romanticos, dramas, trillers. Filme de terror não gostamos", diz a Martta. O crente não precisa ser um ser de outro planeta", diz o Leandro. Pode se viver uma vida normal, Deus não tira a alegria da vida, Ele acrescenta a alegria. Mas crentes tem muitos tipos. "É como um navio, onde alguém só como o sandwiche simples, porque acredita que tudo é proibido, enquanto tem um buffet completo à mesa", diz a Martta. Então partimos para o restaurante chinês.

No Brasil a pobreza aumenta a fé. Pessoas em dificuldades buscam uma esperanca em Deus. A fé está diminuindo na Europa. O dinheiro e a pressa fazem as pessoas facilmente esquecer o mais importante da vida. "Muitos países da Europa enviaram missionários pelo mundo. Agora a Europa precisa de renovo e forca. Talvez missionários sul-americanos podem mostrar que a fé não é apenas uma bela tradicão e parte da história, mas ela é viva, e dá alegria para a vida, amor e paz", diz o Leandro que soa por um momente um típico pregador.

Avivamentos foram fortes na Finlândia no passado, mas agora eles não atraem os jovens. Precisamos de um avivamento novamente. "O Exército de Salvacão também tem que mudar, ou ele morre", ele diz.

Em Oulu, o trabalho dos da Silvas comecou bem. O novo grupo multicultural atraiu gente imediatamente: extrangeiros, mas ainda mais os finlandeses.
A Martta dirige um grupo de danca country. Este grupo também dancou na festa de natal do exército de salvacão, com certeza pela primeira vez.
No verão eles prometem, que o Exército de Salvacão vai organizar volley de praia. Será que tem o logo do Exército nas roupas de banho também?

Na Finlândia se conhece o do Exército de Salvacão pelo trabalho social, diz o Leandro. Todos lembram as filas para ganhar pao. O trabalho espiritual é menos conhecido, apesar de que a proclamacão do evangelho é a tarefa mais importante deste movimento cristão. Esté é o maior desafio.
"Na Finlândia, não se sabe que esta é uma igreja aberta a todos", diz a Martta.
"Aqui se fala mais sobre Jesus no natal do que nos EUA ou no Brasil. Creches e escolas fazem um ótimo trabalho unidos com a igreja", diz a Martta. Para eles o natal é acima de tudo a celebracão do nascimento de Jesus. É bom aprender desde pequeno a dar. É melhor dar e ajudar o próximo do que guardar o dinheiro.
"Quando alguém dá, ele próprio é beneficiado." Os da Silva se impressionam como a panela de natal é importante para os finlandeses. "Nas ruas os pais ensinam os filhos a dar a ajuda para a campanha. Isto é muito legal", diz o Leandro.

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